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Como repórter do Fox Sports viu a história ser feita no Rally Dakar

Brasil ganhou seu primeiro título numa categoria internacional


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Reprodução

Dizem que o bom de ser repórter esportivo é que você vê a historia através de seus olhos. O Dakar é o rally mais perigoso e importante do mundo, e nunca o Brasil havia tido um título numa categoria internacional.

Neste ano ele veio. Foi na categoria UTVs, que fez sua estreia no Dakar 2017. Leandro Torres e o navegador Lourival Roldan foram os vencedores do primeiro titulo do país. E quem estava lá cobrindo foi o repórter Jackson Pinheiro, do Fox Sports.

A Fox foi a única emissora brasileira a transmitir e a cobrir diariamente o Rally Dakar, tendo os direitos exclusivos da competição aqui no Brasil. Jackson foi para sua segunda cobertura, já havia ido em 2016, mas teve este ano como destaque por tudo que viu no percurso entre o Paraguai e a Argentina.

O NaTelinha conversou com ele para contar algumas das experiências que passou durante os dias de cobertura. Jackson disse como se preparou para o trabalho: "Eu leio bastante, pesquiso sobre os pilotos, sobre as categorias, mas acima de tudo, tentava trazer algo de cultural para a cobertura. Como nós iríamos passar por várias cidades e regiões culturalmente ricas, li sobre os povos, as regiões, para fazer sempre um paralelo com o que acontecia no Dakar".

Jackson diz que uma das maiores dificuldades de cobrir um rally como o Dakar é justamente a mudança de tempo entre as etapas, e também o cansaço, que é bastante extremo em várias situações.

"Teve situações da gente começar uma etapa com um calorão forte e denso. No meio da prova, começa a chover bem forte. Eu tenho roupas de calor, e quando chove, coloco uma capa transparente e outra bem forte, e reportamos mesmo na chuva. Ficamos num caminhão acompanhando a caravana. No Rally Dakar, se dorme pouco também. Este ano, normalmente, eu dormia cerca de quatro horas entre uma dia e outro. É bem cansativo", afirma.

Sobre o título inédito do Brasil na modalidade, Jackson Pinheiro é só alegria ao falar de Leandro Torres e Lourival Roldan, atletas a quem ele chamou de monstros: "São monstros, grandes caras. Navegaram muitas vezes com alta dificuldade. O Louviral é um cara fantástico, assim como o Leandro. Eu me emocionei bastante com o que eu vi, com o título dos dois, e ver isso de perto foi um dos maiores privilégios que eu tive na vida".

Por fim, pedimos para Jackson contar uma história marcante que teve na Dakar. Ele não sabia, mas a caravana do Rally é uma espécie de mensageiro das chuvas numa região montanhosa da Bolívia.

"São povos que ficam sem chuva por muito tempo, cerca de um ano, um ano e meio. Neste ano, quando chegamos na região de Oruro, estavam há mais de um ano sem chuva. Quando chegamos por ali, eu percebi que havia uma alegria enorme com a caravana da Dakar, que eu não entendi de início. Depois, fazendo a matéria e perguntando para as pessoas, percebi que o Rally Dakar é sinônimo de chegada de chuva para a região. Não sei se foi coincidência, realmente não sei explicar, mas na etapa que fizemos ali, começou a chover. E o que choveu em um dia valeu por um ano! As pessoas vinham nos agradecer, felizes, alegres. É algo que nunca vou esquecer mesmo, me emocionei de verdade", conta o jornalista.

O Rally Dakar é realizado todos os anos na América do Sul. Até o fim da década passada, era feito na Europa, entre Paris e Dakar, capital do Senegal, por isso o nome que leva. Como ficou bastante perigoso ao longo do tempo, até com algumas mortes, os organizadores da competição decidiram trazê-lo para a região.

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