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Em artigo, sócio da RedeTV! critica e pede o fim da Operação Lava Jato

Texto foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo


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Divulgação/RedeTV!

Sócio-proprietário, vice-presidente e apresentador da RedeTV!, Marcelo de Carvalho escreveu um artigo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, onde faz duras críticas à Operação Lava Jato.

O executivo vê abuso de poder na ação da Polícia Federal, configurando prática de um "Estado totalitário", a culpando por parar o Brasil, ao impedir uma agenda positiva para retomar o crescimento da economia.

“A Lava Jato não descobriu nada de inédito. Na verdade, trouxe-nos um choque de realidade. O esquema de obtenção de obras públicas por meio do pagamento de comissões aos agentes governamentais é algo arraigado e disseminado desde os tempos do Império. Sempre falamos disso. Quando pequenos ouvíamos nossos pais contarem anedotas a respeito. Quem não tem uma para contar? Quem não se lembra do ‘rouba, mas faz’?”, escreveu Marcelo de Carvalho no início do texto.

E continuou: “No entanto, a partir do momento em que se puxou a primeira cordinha, passou-se a desenrolar um novelo interminável que atinge, é óbvio, praticamente todos os partidos, assim como agentes públicos em todos os níveis. Indo-se mais para trás, as grandes obras das décadas passadas passariam ilesas? As privatizações? A construção de Brasília? Juscelino Kubitschek, Adhemar de Barros, Getúlio Vargas? E o barão de Mauá?”.

Marido de Luciana Gimenez, o empresário ainda defendeu o fim da Operação Lava Jato. “Mas sejamos práticos: uma hora isso terá que chegar ao fim. Do contrário, podemos cristalizar uma mentalidade de caça às bruxas (o que já ocorre, por sinal), em que todo empresário é bandido e todo agente público é corrupto (...) Qualquer agenda positiva e necessária é interrompida pela incessante divulgação de denúncias e mais denúncias. O país não pode parar indefinidamente, esperando para saber qual será a operação da Polícia Federal da próxima semana, como capítulos de uma novela interminável. O Brasil precisa voltar a crescer. As reformas importantíssimas têm de ser aprovadas. E mais: teremos eleições em 2018. Se você não gosta do político A, B ou C, não o reeleja. Vote em quem considera sério e honesto”, disse.

Jã no encerramento, Marcelo de Carvalho foi ainda mais firme: “Para concluir, temos que acender uma luz de alerta. Como diziam nossos avós, ‘Devagar com o andor, porque o santo é de barro’ - o abuso de prisão por períodos longos sem ter havido julgamento do acusado e o exagero no uso da delação podem levar a um paradoxo em que o preso, desesperado, passa a ‘delatar’ o que o seu acusador quer ouvir, e não a verdade. E aí estaremos balançando o pêndulo em um perigoso movimento inverso: saindo de um Estado corrupto e agitado para um Estado totalitário e estagnado. Nem um nem outro é desejável”.

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