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Rodrigo Faro fala sobre sucesso na Record: "Às vezes a ficha não cai"

Apresentador comemora dois anos com o "Hora do Faro"


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Foto: João Gabriel Batista/NaTelinha

Com apenas oito anos de carreira como apresentador, sendo três aos domingos, Rodrigo Faro está atravessando um dos melhores momentos da sua vida profissional.

Escalado às pressas para substituir Gugu Liberato nos domingos da Record em 2013 e agora completando dois anos à frente do “Hora do Faro”, Rodrigo vem crescendo na audiência ano após ano.

Ele já deixou para trás sua amiga, mas também concorrente, Eliana, que tem quase 11 anos aos domingos, tem mais Ibope que o tradicional Silvio Santos, com mais tempo aos domingos que o próprio Faro de idade, e belisca a liderança de Faustão, que tem ao seu favor a estabilidade, o elenco e a estrutura da Globo. Apesar disso, ele mantém os pés no chão: “A gente comemora, faz festa, tem alegria, parabéns, mas segunda-feira vamos embora, tem um programa novo pra fazer! Cada domingo é um programa novo!”.

Ele também não deixa que a disputa pelos números transforme seus concorrentes em rivais: “A Eliana é minha amiga desde sempre, como o Faustão. O Faustão me conhece desde criança. O Silvio... Eu ia no teatro dele escondido, ia dançar na frente do SBT em busca de oportunidade. Eu não esperava por isso tudo. Eu só queria estar ao lado dessas pessoas”.

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Para comemorar os dois anos do “Hora do Faro”, o NaTelinha foi aos estúdios da Record, em São Paulo, para conversar pessoalmente com Rodrigo sobre o atual momento de sua carreira, família e até mesmo polêmicas.

“Uma pausa para o lanche! (...) Vem conhecer meu camarim, foi recém-reformado... Eu até durmo aqui”, convidou animado Rodrigo após gravar ações de merchandising.

No caminho, ele cumprimenta funcionários da Record e faz festa com uma colaboradora que estava de aniversário. No camarim, ele mostra as fotos de suas performances no "Dança Gatinho", quadro de sucesso de “O Melhor do Brasil” e que às vezes surge na “Hora do Faro”.

Rodrigo aproveita a pausa nas gravações para fazer um lanche e para conversar conosco. Confira:

NaTelinha - O “Hora do Faro” completa agora dois anos e você, três anos aos domingos. Comparando 2013, com a entrada na disputa pelo domingo; 2014, com o lançamento do novo programa; e hoje, como você avalia aquela época e agora?

Rodrigo Faro -
Hoje, depois de toda a pressão do domingo, depois de tudo que a gente passou pra criar esse programa no ar, pra experimentar esse programa... A gente fez esse programa no ar. A gente tá muito mais calejado. Ao final desses dois anos eu me sinto extremamente feliz e realizado pelo que a gente conquistou, pelo carinho das pessoas... Isso é o mais importante. O carinho das pessoas. Independente de classe social, de faixa etária... A audiência é super importante. A gente conseguiu reverter uma situação de audiência, que não ia bem, e graças a Deus a gente, há dois anos, tá firmado na vice e buscando a liderança. É uma sensação de dever cumprido porém isso aumenta a responsabilidade.

NaTelinha - Vocês chegaram a ter game-show feito em Paulínia, apostaram em outros quadros com viés mais emotivo, com características totalmente diferentes. Esses foram testes para definir o rumo do programa ou de fato fazem parte da identidade do “Hora do Faro”?

Rodrigo Faro -
Tudo teste. Foram feitas pesquisas, claro. Mas a melhor pesquisa é a que você põe no ar e vê o que acontece. A gente não podia fazer um programa como era “O Melhor do Brasil”, só com alegria, irreverência, bagunça. Não dá pra se fazer um programa só assim. Você tem que ter momentos mais sérios, momentos que você tem que informar, alertar, emocionar. Você tem que começar a diversificar. Uma grande colcha de retalhos com vários momentos diferentes. Foi isso que a gente foi buscando. E a gente viu que as pessoas querem exatamente isso: elas não querem nunca um programa igual ao outro. Você tem que mesclar tudo e fazer esse programa. Cada domingo é uma construção totalmente diferente. O barato do domingo é esse: não existe regra. Não dá pra repetir porque o público enjoa. Você sempre tem que estar buscando coisas novas. É difícil mas é isso.

NaTelinha - Logo após um dos momentos de auge de sua carreira na Record, “O Melhor do Brasil” perdeu a diretora Rita Fonseca para Sabrina Sato. E agora mais recentemente, também em outro momento em alta, perderam o Ignácio Coqueiro para a Xuxa. Como é contornar esses desfalques internos?

Rodrigo Faro -
É sinal de que a gente tem uma boa equipe .Todo programa nosso que tá arrebentando, o pessoal tira (risos). O legal é que as pessoas que saíram continuam sendo meus amigos. A Rita Fonseca hoje, dirigindo a Sabrina, tava final de semana lá em casa, na piscina. A gente não trabalha mais junto mas existe um respeito e amizade que continuou. O Ignácio, volta e meia, eu ligo e pergunto da Xuxa. É muito bom saber que a gente tá montando grandes equipes e que a gente troca os líderes mas o pessoal, mesmo, meus “pitbulls”, a galera da produção, essa tá comigo desde o começo. Que é o pessoal que vai pra frente de batalha. Eles é que são o pessoal do dia-dia. Com a saída do Ignácio, a Aline Alonso, que já era nossa diretora, subiu para direção-geral, e o nosso chefe de produção subiu para diretor. Não mudou nada. A gente só premiou as pessoas que já estavam lá dentro.

NaTelinha - Recentemente vocês chegaram a pico de 17 pontos no Ibope e estão atravessando o melhor momento desde que se mudaram para os domingos. Ao que se deve esse crescimento e essa consolidação na vice?

Rodrigo Faro -
Ao trabalho duro da nossa equipe. À dedicação de todo mundo. A gente trabalha muito. Ontem eu tava gravando em Goiânia com 38 graus de febre... Eu tomei vacina de gripe e tava gravando lá. A gente não pode parar. É uma locomotiva. E quanto melhores os resultados, mais responsabilidade, maior o que a emissora espera de você. A gente comemora, festa, alegria, parabéns, mas segunda-feira vamos embora, tem um programa novo pra fazer. Cada domingo é um programa novo pra fazer.

NaTelinha - A Record tem terceirizado seus programas e fala-se muito que o “Hora do Faro” possa migrar para a produtora Casablanca e até mesmo para o Rio de Janeiro. Alguma dessa informações procede?

Rodrigo Faro -
Nenhuma. A gente brinca aqui, diz que vai terceirizar. O clima é esse. Mas não existe. Eu até conversei com eles (a direção) quando começaram sair essas notas. “Imagina, Rodrigo, ninguém vai mexer no teu programa, até porque tem um dos faturamentos mais altos da casa. O programa tá no azul, dá lucro”, foi isso que a Record passou pra gente, pra que a gente ficasse tranquilo. Não há nenhuma possibilidade de terceirização do nosso programa.

NaTelinha - Levando em conta que você tem três anos aos domingos, que a Eliana tem cerca de 11 e o Faustão mais de 20, esperava que fosse atingir esse patamar atual mais rápido? Mais devagar? Por quê?

Rodrigo Faro -
Eu jamais esperava, João. Eu queria ir pro domingo pra dar 7, 8 pontos, e tentar melhorar um pouco a audiência que tinha no domingo, achar meu espaço, ficar no meu cantinho, ir aprendendo. Ganhando experiência, ganhando músculo, ganhando horas de voo. Pra um dia, sei lá, daqui a cinco anos talvez, conseguir brigar de igual pra igual com esses meus ídolos, como a Eliana, que é minha amiga desde sempre, como o Faustão, como o Silvio. Faustão que me conhece desde criança. Silvio, que eu ia lá no teatro dele escondido pra ver ele gravar o "Qual é a Música" e ia dançar na frente do SBT pra ter uma chance no "Show de Calouros". Eu só queria estar do lado dessas pessoas. E dar minha audienciazinha lá, tranquilo. Eu nunca imaginei que em pouco tempo, que em alguns meses de domingo, a gente iria conseguir conquistar a vice e depois de outros meses começar a beliscar o primeiro lugar. Nunca. A Record foi sensacional em ajudar a gente a fazer esse programa no ar. Nunca imaginei que a gente conseguiria assumir a vice-liderança assim. Eu só tenho a agradecer. É meio que inacreditável. Eu mantenho a cabeça no lugar, os pés no chão, mas fiquei muito surpreso e feliz.

NaTelinha - Além disso, há o diferencial que o seu programa é gravado enquanto Eliana e Faustão são ao vivo...

Rodrigo Faro - Tem a estratégia que eles fazem. De esperar eu ir pro intervalo pra ir, ou quando eu tô com o melhor momento e eles não vão. Ou quando eu vou e todo mundo vai. Eles podem fazer isso. Eu não, eu tô engessado, eu tô na minha...

NaTelinha - Você começou na Record no “Ídolos”. O Márcio Garcia não renovou com a Record e você foi escalado para “O Melhor do Brasil”. E depois, o Gugu não renovou e você foi com “O Melhor do Brasil” para o domingo. Como foram essas surpresas?

Rodrigo Faro -
Eu sou o rei da substituição né? (risos) O Gugu saiu na quinta e eu fui informado que no domingo entraria no ar. Três dias. Sexta, sábado e domingo. E aí a gente falou que nosso programa era “O Melhor do Brasil”. Eu argumentei. O nosso programa era um sucesso no sábado. A gente vai jogar fora isso pra começar do zero no domingo? A emissora disse que precisava da gente. O Gugu havia rescindido o contrato e a Record não tinha quem por no domingo e que o cara era eu. Aí eu engoli seco e disse que vou. E foi assim com “O Melhor do Brasil” também. Eu não tenho medo de desafio. Mas eu sei que pra gente conquistar as coisas, é trabalho, é dedicação. E eu não tenho medo de trabalho não.

NaTelinha - Nos bastidores, fala-se muito de uma briga ou desentendimento entre você e o Geraldo Luís. Até que ponto existe isso?

Rodrigo Faro -
Tem muita gente que tem o interesse em desestabilizar uma emissora que tem um domingo vencedor. E eu só posso acreditar que seja isso. Dez dias atrás eu tava junto com o Geraldo conversando, dando risada, no show do Fábio Junior.

NaTelinha - “O Melhor do Brasil” era um programa jovem, alegre, animado, enquanto o “Hora do Faro” tem uma abordagem mais densa e emocional. Existe algum quadro ou algo que sinta falta daquela época dos sábados?

Rodrigo Faro -
Não, porque no domingo a gente faz tudo. A gente só não faz com a mesma frequência que a gente fazia no sábado. Tem "Dança Gatinho", mas uma vez por mês. O "Vai dar Namoro" já fiz umas três vezes no domingo, mas não dá pra fazer sempre como antigamente. O programa de domingo não é só pra jovem. É pra todo mundo, é pra criança até o vovô. Você tem que fazer um programa muito mais eclético, mais misturado, com mais possibilidades. A "Hora do Faro" é um “O Melhor do Brasil" mais completo, com emoção, com entretenimento, com informação, com coisas que "O Melhor do Brasil" não tinha. A gente conseguiu agregar outras nuances e um apresentador que tem que falar sério. Assim como a vida, não existe história só com final feliz.

NaTelinha - Você chegou a ter medo de que a carreira de apresentador não desse certo? Receio de ter que voltar a atuar ou algo assim?

Rodrigo Faro -
Esse medo sempre eu tive. É normal. Sempre corri riscos. o meu sonho sempre foi ser apresentador, mas eu queria uma coisa mais tranquila, mais simples, não isso que aconteceu. Eu pensava em ter meu programa lá, tranquilo. Sei lá, durante a semana, sábado... Mas nunca ia imaginar que eu ia parar no domingo nessa forma. Mas o medo tem que acompanhar a gente sempre. O medo faz você respeitar aquilo e dar valor pra aquilo. Se você acha que você é bom, isso é muito ruim. Você tem que ter medo dos seus adversários. Assim você vai estar sempre atento a dar o melhor, sempre querendo dar o melhor pra não errar. O medo me ajuda muito.

NaTelinha - Como você enxerga quando as pessoas dizem que você será o novo Faustão?

Rodrigo Faro -
Eu fico muito feliz quando eu ouço isso... Às vezes a ficha nem cai porque é tanta coisa boa que eu escuto das pessoas e do público. É quase uma pressão das pessoas. É uma responsabilidade que me creditam. Eu vejo como realmente um amor mesmo, das pessoas, de estarem me vendo na Record. Isso é o carinho das pessoas e a consequência são essas frases que a gente ouve. Eu fico muito honrado. Tanto o Fausto como o Silvio são pessoas que respeito demais, inspiro. Ouvir isso só me faz ver que estou no caminho certo. Mas não me sinto melhor que ninguém. A humildade e o respeito aos meus ídolos são as coisas mais fundamentais pra mim. Não posso me sentir substituto do Faustão. Eu tenho que acordar cedo e botar um programa bom no ar. Se um dia isso acontecer, isso é uma consequência.

NaTelinha - Você tem uma rotina agitada, com gravações, comerciais, a disputa pelo Ibope, a pressão... Em paralelo a isso tudo, como é a relação com suas filhas? Você consegue ir a uma reunião de escola? Consegue participar da vida delas?

Rodrigo Faro -
Eu consigo. Não é em toda reunião que eu consigo, mas às vezes elas pedem pra eu não ir porque vai dar tumulto, vai dar confusão... Isso acontece. Mas eu procuro sempre estar com elas. Na escola ninguém me chama de Rodrigo Faro. Na escola eu sou o pai da Clara, o pai da Maria... Eles me chamaram pra participar de um evento onde eu ia cantar. Eles iam me anunciar como Rodrigo Faro. Eu disse que não. “Aqui eu não sou Rodrigo Faro, eu sou o pai da Clara, da Maria e da Helena”. E foi assim que eu fui anunciado. Ali não é o artista. É o pai, como outros pais que estavam anunciando. Lá eu sou o pai da Clara, da Maria, da Helena. E assim que eu gosto de ser. Tentar pelo menos ter a vida mais normal pra que minhas filhas entendam que minha profissão. Elas entendem isso muito bem. E não se sentem melhores que ninguém. Minhas filhas são cabeças privilegiadas.

NaTelinha - Como você se imagina em 10 anos?

Rodrigo Faro -
No domingo, com público bem grande. Cada vez mais pessoas ligando a TV pra me assistir. Talvez trabalhando um pouco menos que eu trabalho hoje, porque daqui 10 anos eu vou estar sentindo mais o trabalho puxado. Eu quero cada vez mais estar no coração das pessoas. Eu quero que as pessoas liguem na TV e digam que é o dia de ver o Faro, como fazem com o Silvio, com o Faustão... Sonhar a gente pode sonhar né? Tomara que Deus me ajude.

NaTelinha - O que o telespectador pode esperar para o “Hora do Faro” em 2016?

Rodrigo Faro -
A gente vai estrear um cenário novo, vários quadros novos... O tempo todo a gente tá com quadros novos. A grande novidade é o cenário. Lindo, cenário gigantesco, onde não vai ter mais arena, e sim uma plateia bem alta, com bastante gente. Em breve!

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