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Gilberto Barros diz: "Poderia estar numa TV desde que aceitasse o que me propuseram"

Apresentador está fora da televisão desde 2015 e investe na internet


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Fotos: Divulgação

Fora da televisão desde que saiu da RedeTV!, em 2015, Gilberto Barros agora investe na internet, com a TV Leão. "A minha fórmula de transmissão é inédita, não existe no mundo ainda. Meu advogado até disse: 'Você não vai registrar?'. Eu respondi o seguinte: 'Assim como esbarro em coisas que as pessoas não deixam usar porque são delas e tem esse direito, eu não quero fazer, não vou registrar, isso vai ficar como domínio'", conta o apresentador.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o Leão revela que já poderia ter voltado à TV, mas não aceitou as propostas que surgiram e deu um exemplo: "Eu acho muito ruim formatos comprados no exterior. Não é que eu não concorde, a televisão não é minha, tudo que o dono da TV faz, eu concordo. Eu trabalho pra ele e não na televisão. Eu sou empregado e se você aceitar, tem que fazer o melhor possível e ser fiel a quem lhe sustenta, apesar de pouca gente pensar assim. Eu tenho que fazer aquilo que vou gostar de fazer".

Em 1998, Gilberto apresentou o "Cidade Alerta" na RecordTV, mas ele descarta comandar novamente um programa policial. "A gente carrega com a gente essa notícia, eu estava começando a ficar amargo, começando a ficar azedo , negativo, não sou eu", justifica.

"O homem dos dez", apelido que ganhou de um diretor da RecordTV quando trabalhava na emissora, vê de forma positiva ficar longe da TV por um período: "dá uma esfriada na imagem e você volta mais latente".

Confira a entrevista completa:

Gilberto Barros diz: \"Poderia estar numa TV desde que aceitasse o que me propuseram\"

Já encontrou a linguagem da internet com a TV Leão?

Gilberto Barros - A linguagem da internet é que tem que encontrar a minha. Eu por exemplo tem alguns termos que eu não entendo, como não nunca entendi termos de agência de publicidade. Eu faço do meu jeito, do jeito como tem quer ser feito. Meu projeto da internet é completamente separado da minha vida de televisão e de rádio. Quando eu fazia televisão e rádio eu já estava desenvolvendo a TV Leão, sempre querendo inovar.

A minha fórmula de transmissão é inédita, não existe no mundo ainda. Meu advogado até disse: "Você não vai registrar?". Eu respondi o seguinte: "Assim como esbarro em coisas que as pessoas não deixam usar porque são delas e tem esse direito, eu não quero fazer, não vou registrar, isso vai ficar como domínio". "E se registrarem?", se registrarem vai enfrentar meu advogado. Meus vídeos em uma tela só, essa ideia é minha.

O que você está achando desta experiência?

Gilberto Barros - Eu sempre adorei. Mas eu sou meio ignorante em mexer no computador, mas minha equipe tá comigo e qualquer coisa eu dou um grito e pergunto: "Onde é que eu ligo?" (risos). Eu gosto muito de tecnologia e eu acho fantástico usar esse negócio para o bem da humanidade. A cibernética é fabulosa.

O público sente falta de você na televisão...

Gilberto Barros - Eu também sinto, mas isso é uma fase. Essa é a segunda vez que acontece. Quando meu contrato venceu na Band e decidimos não renovar, também deu esse buraco no meio da carreira. Mas isso não foi ruim, dá uma esfriada na imagem e você volta mais latente. Agora faz um ano e meio que não renovei com a RedeTV!, isso não é porque a gente quer. Eu poderia estar trabalhando numa TV, desde que eu aceitasse o que me propuseram a fazer, falo isso com humildade, mas eu não aguentaria.

Vou dar um exemplo: Eu acho muito ruim formatos comprados no exterior. Não é que eu não concorde, a televisão não é minha, tudo que o dono da TV faz eu concordo, eu trabalho pra ele e não na televisão. Eu sou empregado e se você aceitar, tem que fazer o melhor possível e ser fiel a quem lhe sustenta, apesar de pouca gente pensar assim. Eu tenho que fazer aquilo que vou gostar de fazer.

Eu não consigo fazer um programa de uma hora. Pintaram algumas coisas, pintou TV a cabo, mas eu tenho que fazer o meu programa. Quando eu voltei da outra vez, a crítica falou sobre a mesmice. Pera aí! Quanto tempo faz que você bebe a Coca-Cola? Programa Gilberto Barros é o que eu sei fazer. Quem gosta de mim vai ficar feliz.

Gilberto Barros diz: \"Poderia estar numa TV desde que aceitasse o que me propuseram\"

Por que o contrato com a RedeTV! não foi renovado?

Gilberto Barros - Dono de TV não é pão duro mas é econômico. Eu por exemplo, faço economia até a hora que ela passa a ser burra e tem que se respeitar. "Olha, tá gastando muito, temos que cortar o auditório", eu digo: "Vai me prejudicar". "Vai ter que tirar isso", eu respondo: "Assim não dá". "Olha, vou te por em tal horário", eu falo: "Tem quer ver, você vai me colocar por quê? Eu vou servir de escada, me coloca uma escada antes". São algumas discussões técnicas e bobas que pra ele é importante e que pra mim é importante e o público não é importante.

Neste impasse a solução é o seguinte: "Olha, assim vai ficar muito caro, vamos esperar um pouco". Então chega uma hora que você não vai falar: "Ah, faz! Ah, Vamos!", coisa normal da vida. "Então é melhor a gente esperar vencer mesmo e ver como vai fazer" e venceu.

Eu adoro a RedeTV!, são muitos gentis e acho maravilhoso trabalhar lá. Adoraria voltar, assim como todas que já passei, eu sempre deixei portas abertas. Busco audiência e dinheiro novo no comercial, essa é minha marca sempre das TVs. Pra ter uma ideia, a RedeTV! comigo chegou a dar 3 ou 4 pontos de média. A gente ficava em terceiro, às vezes ficava em quarto, isso pra RedeTV! é muito bacana.

Na Band, por exemplo, quando eu cheguei era a TV do esporte, não tinha auditório, eu subia em escada para tirar cacho de abelha dentro da caixa de som. A gente reformulou tudo aquilo lá com a força, aval e crédito da direção. Fizemos história lá, batemos recordes de audiência no "Sabadaço" e no "Boa Noite Brasil". Na Record, eu dava 10 pontos de média, eu era o "homem dos dez". Quem inventou isso foi um diretor de lá. Isso não sou eu, é o jeito de trabalhar e minha equipe faz isso.

Temos que trabalhar num local que a gente goste, gostoso, brincar e não tem crise. Quando tem bronca é tudo profissional. É todo mundo junto, a faxineira tem a mesma importância que minha diretora e eu, o apresentador. Se for diferente não fica legal.

A brincadeira que o público vê é muito organizada fora do ar. Eu adoro essa zona, aprendi com o Bolinha e o Chacrinha. Quando a coisa é séria eu aprendi como Flávio Cavalcanti e o J Silvestre.

Gilberto Barros diz: \"Poderia estar numa TV desde que aceitasse o que me propuseram\"

Apresentaria um formato fechado?

Gilberto Barros - Eu já apresentei e me violentava quando fazia. Quando acabou o "Boa Noite Brasil" na Band, eu apresentei "A Grande Chance". Meu Deus, foi terrível.

Teve uma informação que você teria sido sondado pela RecordTV...

Gilberto Barros - A notícia, que era mentira, era pra entrar no lugar de um colega. Rapaz, deixa eu te falar uma coisa, eu passo fome mas não sacaneio assim não. Nunca subi em ninguém pra ser o que eu sou, muito pelo contrário, âs vezes dei marcha ré e deixei a pessoa passar para não prejudicar ninguém. Isso é verdade eu não minto.

Eu fiquei preocupado porque o colega poderia pensar que eu realmente faria isso. Já chega os rolos e as más interpretações que durante toda a vida você é obrigado a driblar e a se explicar. Uma coisa que sempre honrei foi o nome que meu pai me deu. Então, quando saiu esses boatinhos que ás vezes é uma briga e querem jogar um foguinho... Mas não me coloca no rolo. Eu me dou bem com toda as empresas e bem com todos os meus colegas.

Faria novamente um programa policial?

Gilberto Barros diz: \"Poderia estar numa TV desde que aceitasse o que me propuseram\"

Gilberto Barros - Eu fui a maior audiência do "Cidade Alerta". As pessoas me paravam na rua com filho no colo. Eu já enfiei o dedo em buraco de bala. As pessoas iam me procurar e me chamavam de delegado. Cara, eu não sou delegado e aí comecei a ficar preocupado.

Eu tive que ir duas ou três vezes em delegacia por conta deste tipo de programa. A gente carrega com a gente essa notícia, eu estava começando a ficar amargo, começando a ficar azedo, negativo, não sou eu. Eu sou eclético, aprendi a fazer tudo por conta do rádio, até esticar fio eu subi em poste. Se o técnico passar mal eu faço a mesa. Agora, eu preciso ser feliz.

A fase de ter que fazer para sobreviver, graça a Deus passou. Já fui foca, já ralei no gelo desde meus 10 e 12 anos de idade. Já vendi limão, jornal, sorvete, office boy e nunca me arrependi disso.

Recentemente teve algum convite?

Gilberto Barros - Por enquanto convite não existe. Penso no projeto da TV Leão que vai crescer muito e é um jeito bem mais barato de fazer televisão na internet. Mas aguardando convite. Quem quiser dar 10 pontos de média.... Fui modesto né? (gargalhadas).


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