Colunas

José Mayer foi uma das poucas coisas que fizeram "A Lei do Amor" valer a pena

Direto da Telinha


aleidoamor-tiaobezerra (1).jpg
Fotos: Reprodução
Chega ao fim nesta semana “A Lei do Amor”. Problemática novela das 21h da TV Globo, dificilmente será lembrada como uma grande história. Entretanto, se contrapondo ao saldo de decepções, seu grande legado fica nas mãos de José Mayer e Vera Holtz. Os grandes vilões marcaram e até mesmo carregaram a trama deteriorada nas costas durante estes quase seis meses de veiculação.
 
Na contramão da maioria dos textos que enaltecem - merecidamente - a maligna Magnólia de Vera Holtz, é preciso aplaudir José Mayer. Vivendo o pérfido Tião Bezerra, homem que teve como combustível para crescer o ódio por Mág, desde o começo se mostrou um personagem interessante. Após anos vivendo tipos pouco relevantes ou indiferentes a sua carreira, pode-se dizer que Tião foi um grande momento de Zé na televisão.
 
“É um grande momento, se não for o maior do Zé Mayer na TV. Ele é um grande ator que está personificando um grande vilão em toda complexidade”, contou à coluna a autora Maria Adelaide Amaral. “Perverso, poderoso, arrogante, prepotente, mas no fundo continua se sentindo inferior e sendo aquele peão que trabalhava na olaria do pai de Magnólia”, concluiu a escritora. 
 
 
Manipulador, mentiroso, assassino e de um machismo assustador, teve grandes cenas na novela. O polêmico surto em que destruiu a galeria de Helô (Cláudia Abreu), sua ex-mulher e desafeto, cantando “Qui Nem Jiló” de Luiz Gonzaga foi um dos momentos memoráveis, bem como quando atingiu sua vingança contra Mág, coagindo-a a se casar e virar sua “escrava”.
 
Sobre o machismo, é conveniente mencioná-lo. Num tempo em que as discussões sobre este tema geram burburinhos na sociedade, foi chocante a forma com que Tião tratava todas as mulheres ao seu redor, como meros capachos ou pura máquina de sexo descartável. Tião só mantém algum carinho e afeto verdadeiro com sua filha de criação, Letícia (Isabela Santoni). 
 
Fora isso, não poupou de violência verbal, psicológica e física contra todas as figuras femininas que o cercou. Não é raro ver o vilão chamando as mulheres que o cercam de “quengas”, “piranhas” e “vadias”. 
 
 
“Ele foi abandonado pela mãe quando tinha dois anos, foi marcado a ferro pela Magnólia, acha que foi traído pela Helô. Alguém que se enxerga como vítima vai se investir de razão para descontar seu rancor nas mulheres que o cercam. Infelizmente nossa sociedade está repleta de homens violentos e misóginos. É só ver as estatísticas da violência contra as mulheres. E não é de hoje, não. É de sempre”, comentou Maria Adelaide sobre este ponto.
 
“A Lei do Amor” chega ao fim na sexta-feira (31).
 
 
Diogo Cavalcante é formando em jornalismo. Amante de televisão e apaixonado por novelas, fala sobre o assunto desde 2013. É um dos maiores especialistas sobre Classificação Indicativa na internet.
 
Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado