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Na quinta temporada, graça dos jurados do "The Voice Brasil" acabou

Antenado


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Divulgação/TV Globo

Chegamos na terceira semana da quinta temporada do "The Voice Brasil", da Globo. Talvez seja a maturidade do programa, em termos de produção técnica e de roteiro. Neste sentido, é bom que se diga, ele está redondo.

Tiago Leifert é correto, até porque o formato não exige tanto de um apresentador assim. O grande atrativo, depois dos cantores, notoriamente, são os jurados - normalmente cantores famosos.

Desde o início, eles são responsáveis por boa parte da diversão. Na Globo, apenas uma troca neste tempo todo, no caso, Daniel por Michel Teló. De resto, time intacto desde então.

Os jurados são entrosados, juntos até tem bom carisma, mas o problema é que nesta altura do campeonato, esse carisma já está praticamente nulo pela repetição de situações, caras, bocas e perfis.

Claudia Leitte, a mais visada nas críticas, é realmente a que menos agrega ao formato atualmente. Com uma vontade de aparecer incontrolável - algumas vezes insuportável -, as suas caras e bocas já estão gastas. Os comentários são os mesmos musicalmente do que já falou antes.

Carlinhos Brown, grande músico que é, também repete o papel de louco. É "ajayô" pra lá, "lindo demais" pra cá. Se antes fazia rir com suas doideiras, agora não mais. Um desgaste natural. Deixou de lado o jurado para só ficar no circo, e também já deu.

Lulu Santos, dos três, ainda é o mais técnico, tentando dar elogios e críticas na mesma medida, apontando como o candidato, aprovado ou não, pode evoluir como cantor. Porém, nesta temporada, parece estar sem vontade. Não sai da cadeira, fala até um pouco mais baixo - sim, notei isso. Parece estar ali por obrigação.

Já Michel Teló, cada vez mais, se mostra uma decisão desastrada. Não tem qualquer preparo para julgar um músico, ficando limitado aos comentários de "você foi ótimo", "não gostei tanto" e sinônimos vagos variados. Definitivamente, não sabe julgar e não tem o cacoete necessário.

Logicamente que o desgaste natural dos jurados do "The Voice Brasil" iria acontecer. Mas isso já era detectado por esta coluna no ano passado - quando as decisões dos mesmos jurados foram questionáveis ao extremo. Não é por falta de aviso.

Ao adotar a medida "time que está ganhando não se mexe", a Globo deixa o "The Voice Brasil" no automático e desgasta a própria atração. Outrora bom atrativo para o show, os jurados do reality musical precisam ser trocados para o próximo ano. Estes, infelizmente, já não dão mais.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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