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O que o "MasterChef" pode aprender com o "Power Couple Brasil"

Estação NT


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Divulgação/Band

A afirmação pode soar estranha e até ousada, mas acompanha uma dose de realidade: a Record parece ser a emissora que melhor entende de reality show atualmente, superando até mesmo o “BBB” da Globo, emissora que há 16 anos vem se especializando no formato através da sua habilidade com a edição, e da apresentação meio irônica, meio antropóloga de Pedro Bial.

Se por um lado a Record se mantém aos acertos e tropeços com sua teledramaturgia e variedades, no campo dos realities ela conseguiu dominar a fórmula: agilidade, apresentadores improváveis que acabam dando certo, uma tendência ao trash, e o mais importante, a consciência de não se levar a sério. Todas estas características unem “O Aprendiz”, “Troca de Família”, “A Fazenda”, “Batalha dos Confeiteiros” e o absurdo “Power Couple Brasil”, que encerrou sua primeira edição na última terça-feira (21).

É fato que o chamariz da Band neste formato, “Masterchef”, no ar desde março em sua terceira temporada, conseguiu angariar mais atenção nas redes sociais do que o confinamento entre casais subcelebridades promovido pela emissora de Edir Macedo. Contudo, enquanto esteve no ar, “Power Couple” eclipsou por vários momentos a atração de culinária concorrente, que parece estar em um período de acomodação, tanto de audiência quando do próprio formato.

“Masterchef”, que mal esperou o público esquecer a edição passada para estrear a atual, anunciou desde o começo a intenção de ficar seis meses no ar. O investimento da Band tornou o programa superlativo em todos os níveis (tamanho do cenário, número de participantes, quantidade de desafios e provas). Porém, o desgaste promovido pela superexposição da atração é a ponta do iceberg.

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“Masterchef” abandonou a leveza inicial e escorregou no exagero nas demais vertentes. Discursos intermináveis da apresentadora Ana Paula Padrão, close nas lágrimas de Paola Carosella, enquanto seus companheiros Erick Jacquin e Henrique Fogaça usam a rigidez com os participantes na potência máxima, beirando a grosseria gratuita.

Os 21 candidatos a chefs se amontoam em nomes e rostos esquecíveis, que desfilam pela tela em meio a episódios apressados onde as suas personalidades mal podem ser exploradas.

Em um dos episódios de “Power Couple”, os casais tinham de fazer um bolo juntos para ganharem pontos. A diversão ficou por conta das alfinetadas e desentendimentos entre eles, além dos resultados desastrosos. “Masterchef” podia voltar a investir no lado humano e até mesmo ridículo dos relacionamentos atrás das panelas.


Ariane Fabreti é colunista do NaTelinha. Formada em Publicidade e em Letras, adora TV desde que se conhece por gente. Escreve sobre o assunto há sete anos.


 

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