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"Escrava Mãe" surpreende em estreia repleta de acertos

Território da TV


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Reprodução

Pela lógica, seria difícil apostar em "Escrava Mãe" como uma boa novela. Terceirizada, tal qual havia ocorrido pela última vez na Record com a fracassada "Metamorphoses", e adiada seguidamente pela própria emissora como se não houvesse confiança no seu potencial, gerava uma expectativa no máximo mediana. Mas televisão, bem sabemos, não é ciência exata.  

A primeiramente sucessora de "Os Dez Mandamentos" acabou escalada para abrir uma nova faixa de dramaturgia no canal. E parece ter de tudo para fazer isso com chave de ouro.

"Escrava Mãe" possui qualidades em todos os seus aspectos. A imagem tem ares cinematográficos. E tudo bem que a dificuldade das missões não se equivale, mas sua reprodução do Brasil imperial é superior a do Antigo Egito feita por "Os Dez Mandamentos". Há um evidente cuidado em imprimir fidelidade aos cenários da época, inclusive nas gravações externas.

O texto de Gustavo Reiz também se mostra acertado, com um tom que consegue soar convincente sem apelar para rebuscamentos. O rápido prólogo também serviu como um bom guia do que o telespectador pode aguardar.

A narração de Zezé Motta nos momentos de maior didatismo é outro trunfo, já que poupa cenas desnecessárias, explicando pontos-chave de forma mais dinâmica.

Na média, as interpretações também se mostram melhores que as das mais recentes novelas bíblicas.

O único porém, esse incorrigível agora, é a falta de oportunidade de alterar eventuais tramas rejeitadas, já que o folhetim entra no ar inteiramente gravado.

Curiosamente, se "Escrava Mãe" peca por tamanha antecipação em suas gravações, não há nem definição sobre se ela terá (e caso sim, qual será a) sucessora.

Pela qualidade apresentada e a possibilidade de diversificar o leque dramatúrgico com mais tramas “alternativas” na sequência, fica a torcida para que sim, concretizando uma possível mudança de status de "Escrava Mãe" de colocada no ar “por obrigação” para precursora de sucessos, quem sabe?

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Em termos de audiência, no ar das 19h34 às 20h42, o primeiro capítulo registrou média de 13,2 pontos e uma vice-liderança tranquila, de acordo com dados prévios do Ibope na Grande SP.

Na mesma faixa, o SBT teve 6,9 pontos, a Band marcou 3,8 e a Globo liderou com 26,9, exibindo a também estreia de "Haja Coração" e trecho inicial do "Jornal Nacional".


O colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira. Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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