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"Vídeo Show" sem Monica Iozzi ainda não encontrou rumo próprio

"Prolongamento" de perfil é tão nocivo quanto uma mudança radical no formato


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Divulgação/TV Globo

O “Vídeo Show” se mantém no ar há décadas, mas nos últimos anos nos acostumamos cada vez mais com o lançamento de “novos” programas usando a consagrada marca.  

A mais profunda das alterações foi a rápida e fracassada fase sob o comando de Zeca Camargo. Radical, a mudança feita na época acabou sem ser aceita pelo público, que via nela mais o embrião de um projeto novo do que a sua tradicional atração das tardes.  

Quase que por acaso, após uma fase transitória, surgiu a bem sucedida versão compartilhada por Monica Iozzi e Otaviano Costa. Infelizmente também rápida, dessa vez por desejo da apresentadora, que resolveu focar na sua carreira na vertente dramatúrgica.

Nesse novo momento de transição, ocorre um erro contrário ao do passado. Se o “Vídeo Show” de Zeca foi um fiasco ao tentar mudar tudo, também é equivocado engessar um êxito e tentar “congelar” o formato como se faz agora com Maíra Charken.

O vespertino não é nenhum “Jornal Nacional” que precisa de maior rigidez para seguir sua rotina sem sobressaltos seja com Cid Moreira ou William Bonner. Tentar fazer de Maíra uma simples prorrogação de Iozzi é desperdício de potencial.

Por mais que elas possuam semelhanças geracionais e no estilo de humor, marcar com propriedade que são figuras diferentes é a melhor saída para garantir a aceitação da nova apresentadora. Caso contrário, ela corre o risco de ser vista como uma eterna substituta.
 
A excelente ideia de dar liberdade para as tiradas dos apresentadores abre uma margem grande para o repertório, assim tornando desnecessárias repetições de características da antecessora.

Diga-se que mesmo com essas ressalvas ainda é bem mais agradável assistir ao dinamismo do atual modelo do que o jogral outrora feito por André Marques e Ana Furtado.

Mas o brilhante período de Monica Iozzi elevou o padrão e estabeleceu um novo nível de comparação, para o azar inicial de Maíra. Resta saber se ela vai seguir os caminhos necessários para também marcar sua “era” na bancada do programa.


O colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira. Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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