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Silvio Santos segue imbatível, mas precisa de melhores coadjuvantes

Encerramento do "Teleton" aconteceu com a família Abravanel no palco


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Reprodução

Não há ninguém nesse país que saiba entreter uma plateia com mais habilidade do que Silvio Santos. Craque inconteste, ele é uma espécie de Bola de Ouro da nossa televisão. Mas bem sabemos que nem os melhores conseguem atingir seu máximo sem a ajuda de um bom time.

Por trás do brilho de todo protagonista como Silvio, invariavelmente coadjuvantes são precisos para sustentação. E foi justamente isso que faltou no último sábado (24), durante o encerramento do "Teleton 2015".

A opção em mais uma vez promover o que ele próprio chamou de “A Hora dos Abravanel” se mostrou um dos maiores erros da edição. Tiago mais uma vez fez seus covers de Tim Maia. Já Patrícia foi além: imitou vários artistas, mas só em seu “Máquina da Fama”. Sobraram intermináveis VTs reprisando a atração. Nesses instantes, até o GC com o número para as doações sumiu da tela. E Silvia, coitada, entrou muda e saiu calada.

O trio escalado pode ter todo o afeto de Silvio, mas é quase ofensivo que tenha sido escolhido do passo em que se preteriram nomes como Eliana, Xuxa, Ratinho, Adriane Galisteu e Gugu Liberato. É de se pensar que qualquer dupla pinçada desse quinteto conseguisse arrancar melhores momentos do patrão.

SS esteve em sua forma plena durante a maratona. Por quase três horas ao vivo no ar, desrespeitou completamente o roteiro da atração. Invadiu o palco no meio de falas dos padrinhos Daniel e Eliana, os expulsou dali de imediato e chamou a tropa de patrocinadores com cheques voluptuosos com tamanha antecedência que depois prosseguiu com o show por um longo tempo quando o objetivo de 26 milhões de reais já havia se transformado numa realidade de R$ 31.000.000.

Sem o menor sentido, promoveu depois um show de mágica com garfos entortados e guardanapos despedaçados. Ao final, descobriu que o jornalista Joseval Peixoto estava pronto para entrar no palco somente quando já havia chamado um VT ancorado pelo mesmo com a prestação de contas da AACD.

Coisas que só ele pode fazer. Mas pelo bem do seu próprio papel, é que aguardamos que em 2016 ele possa surgir melhor acompanhado.

Combinações

 
Pelos nomes já citados nesta coluna, é de se perceber que o "Teleton" reuniu para o padrão do meio das celebridades nacionais um cardápio de estrelas digno de Palco Mundo no Rock in Rio. Mas algumas das melhores sacadas estiveram mais para Palco Sunset, com a formação de improváveis e divertidas combinações.

Ratinho e Gugu, vorazes concorrentes diretos, se divertiram ao extremo quando reunidos, incluindo até mesmo uma dança conjunta do hit Pintinho Amarelinho. Épico.

As loiras Xuxa e Eliana também não ficaram para trás em suas conversas. Enquanto Adriane Galisteu, que compareceu na tarde de sábado, dominou o palco e evidenciou o absurdo que é estar fora da televisão.

Outro nome que também mostrou desenvoltura foi Luigi Baricelli, atualmente na geladeira da Globo.

Propósito

Nesse espaço fica evidente que a análise se restringiu mais ao caráter da festa como um grande show que também é, mas é impossível não felicitar os envolvidos pelo empenho no atingimento da meta em pleno ano de crise econômica. O caráter do "Teleton", claro, vai muito além de um programa de televisão.

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Como narrado em VT do jornalismo da Band mostrado por Silvio Santos, duas unidades da AACD já haviam sido fechadas desde a última edição do "Teleton", vitimadas pela recessão.

Se a atração ficasse aquém da sua meta, a situação seria ainda mais agravada. Felizmente, a ajuda veio. E em peso. Não só dos empresários, mas também do público, que durante todo o evento deixou o marcador de arrecadação acima do padrão de anos anteriores para o mesmo horário.

E as emissoras, seja o SBT ou a TV Cultura, por abrirem mão de dezenas de horas da sua grade em prol da solidariedade, seja para todas as concorrentes, que mesmo com alguma relutância, permitiram a participação de alguns dos seus contratados.

As belas histórias de vida inseridas em meio aos shows e pedidos mostram o quanto as doações, dos 5 reais do telefonema aos quase 5 milhões do Hipercard, valem a pena

O colunista colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira. Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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