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Enfoque NT: A hipocrisia do caso anão no "Programa do Gugu"


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No dia 17 do mês passado, depois de muito tempo, Augusto Liberato voltara a bater seu maior concorrente (ou antigo maior, já que a Eliana entrou nesse bolo) por 16 a 11. No pico, o loiro atingiu 21, enquanto Faustão fez apenas 11. No domingo seguinte, Gugu atingiu um índice ainda mais impressionante para os padrões atuais: 18 de média e pico de 23.

A pauta foi a exploração de um anão que trabalha no programa “Balanço Geral” com direito a casa entregue e tudo mais. História martelada por várias vezes na grande imprensa, que reacende a discussão: até que ponto o assistencialismo é válido na televisão?
 
Muitos jornalistas execraram o Gugu por fazer o que fez. Algo, aliás, que Augusto Liberato sabe fazer muito bem e o faz desde os tempos de SBT. Filão este que começou a ser explorado em 96. Ele percebeu que poderia aliar jornalismo, assistencialismo e entretenimento no seu programa agregando audiência e faturamento.
 
Absolutamente nada do que o “Programa do Gugu” fez por dois domingos do mês passado é condenável. Há apenas uma contradição do próprio diretor do programa ao dizer que o foco era a qualidade ao invés dos números do Ibope. E o que se viu pouco depois não foi isso, já que as novidades como o “Desafio Musical” não emplacaram. Resolveram resgatar a habilidade do apresentador em mostrar casos de grande apelo emocional.
 
Concorrência é concorrência. Cada um usa as armas que tem, e nem de longe do “Programa do Gugu” passou do limite nesse caso. No limite mesmo ele chegou há exatos 10 anos com a falsa história do PCC, que ficará marcado eternamente em seu currículo. Ali sim, teve a credibilidade arranhada e praticamente mostrou que não havia limite para vencer seu adversário e abocanhar o primeiro lugar no Ibope.
 
A história mudou. Depois, Gugu passou apenas a entreter e investir em casos passionais. Não é nenhum crime fazer isso. É um artifício que ele sabe usar, repito: como ninguém, talvez.
 
Houve muita hipocrisia de algumas pessoas ao dizerem que Gugu baixou o nível por ter levado isso ao ar. Mas não é nada muito diferente dos quadros assistencialistas que Luciano Huck apresenta no seu “Caldeirão”. Ou será que por ser na Globo passa a ser glamouroso e apenas um programa comum? Dois pesos, duas medidas!
 
No último domingo (31), o desempenho do programa sem o anão caiu (empatou em 7 pontos com o SBT). Evidentemente iria cair. Fica a promessa de que ele voltará no próximo “Programa do Gugu”. E pergunto: qual o problema nisso? Não há absurdo nenhum. Absurdo é ficar abominando esse tipo de tática que não é nenhum golpe baixo, tentando pagando de moralista e intelectual e fechando os olhos para outros programas que fazem coisas semelhantes e até pior.
 
 
O que você acha do "Programa do Gugu"? Comente a coluna ao fim da página.

Contatos do colunista: thiagoforato@natelinha.com.br - Twitter: @Forato_
 
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